segunda-feira, 23 de abril de 2012

Relatório de Estágio - Altamira


Dia 12 de Março de 2012 comecei o meu estágio na empresa Altamira, foi-me facultado uma jaleca da empresa, vestia e fui para o local de trabalho onde conheci alguns dos trabalhadores de lá. Fui conhecendo as instalações aos poucos e também me fui habituando as normas e ritmo de trabalho. Fui com o intuito de passar pelas três vertentes, pastelaria, panificação e cozinha. Comecei em pastelaria no primeiro dia, estive basicamente o dia todo a mexer um caldeirão de chocolate em lume brando para ser utilizado para fazer bombons e enfeites para bolos. Chegou as horas de saída e despedi-me do pessoal e sai. No segundo dia fui para panificação, não me recordava inteiramente dos processos mas o Sr. Lourenço não se importou de me explicar com calma e também executar as primeira vezes mais devagar para eu poder perceber sem problemas. Começamos por fazer a massa para pão bijou, a amassadeira amassou a massa, foi colocada na mesa de trabalho, farinha para cima e foram cortados empelos devidamente pesados para depois passarem pelo laminador que os corta em bocados iguais mais pequenos e os enrola um pouco, logo a seguir é colocada farinha nas persianas e os pequenos empelos são colocados por ordem e com algum espaço entre eles para não colorem uns nos outros, após toda a massa ter passado por este processo é guardada na camara de fermentação por sensivelmente uma hora para poder crescer. A seguir vai para a arca frigorífica para conservar a massa e evitar a formação de casca na parte de cima do empelo para quando for ao forno sair um pão bijou bonito e apetecível. Após todo este processo de fazer bijou fizemos padas e padinhas. Todas estas massas passaram pelo processo anteriormente referido e guardadas na camara frigorífica. Fomos almoçar e voltamos para a panificação. À medida que era preciso pão, este era colocado no forno durante o devido tempo necessário para ficar cozido e fofo. Acabei o dia de trabalho a higienizar os materiais de trabalho e varri o chão por causa da farinha acumulada. No dia três voltei para pastelaria onde fiz o acabamento dos bolos para irem para a montra da loja. Passar creme nos éclaires e “mergulha-lo” em chocolate derretido, molhar os húngaros em chocolate derretido encher um tabuleiro e leva-los algum tempo ao frio para o chocolate solidificar, molhar as glórias em glace branco e também deixar arrefecer um pouco para solidificar, ajudei a “enrolar” croissants, confesso que levei com a massa uma ou duas vezes na cara ao princípio, mas com a prática isso deixou de acontecer. Quando dei conta já estava na hora de ir embora, despedi-me dos colegas e fui.

A partir do dia quatro foi “sempre a abrir” quando dei por mim já estava no último dia de estágio. Acabei por ficar na panificação por escolha própria, o tempo passava mais depressa e havia sempre que fazer, quanto mais não seja, limpar a bancada de trabalho e a farinha acumulada no chão para evitar que alguém cai-se, enquanto a massa estava a amassar. Reparei que os equipamentos de trabalho, tanto de pastelaria como de panificação são parecidos com os do centro de formação, mas mais avançado e sofisticados. Os fornos têm temporizadores, botões e mostradores digitais para facilitar que trabalha e a amassadeira também tem contador digital e a particularidade de ter um sistema de irrigação incorporado que facilita as quantidades e elimina de vez os risco de cair quando se esta a virar o/s balde/s de agua para a amassadura ficar completa. Durante o meu tempo na panificação fiz pão bijou, padas, padinhas, regueifa/rocas, pão de forma, arrufadas, mini lanches, bola de carne, pão de Deus, pão italiano, arregueifados, cachitos, pão da avó, entre outros.

Comecei o estágio um pouco receoso do que poderia vir a encontrar, mas depois do primeiro dia vi que não é difícil executar nenhuma tarefa, apenas tem que haver o espirito de responsabilidade e sacrifício. Realizei todo o estágio sem uma única folga, a primeira semana foi a mais difícil devido ao facto do corpo não estar habituado mas depois foi fácil, já sabia o que fazer e o corpo já estava habituado aquele horário. Se tudo fosse fácil, perdia logo a piada. O meu horário era das 07.30 da manhã até as 15.30 onde nesse período tinha 30 minutos para almoçar. Horário, este que foi cumprido rigorosamente com exceção a três dias, porque foi preciso entrar mais cedo e sair mais tarde porque o serviço estava apertado, não importei e fiquei de iniciativa própria.

As instalações eram próprias para as funções para que foram designadas, tudo estava organizado no seu devido lugar, utensílios e materiais de trabalho. Não havia etiquetas nas gavetas nem nas portas a dizer o que continham mas depois de alguns dias já não precisava de perguntar a ninguém onde estavam as coisas que precisava para trabalhar em condições. Pediam-me os materiais e como já sabia onde se encontravam tornava a tarefa mais fácil e mais rápida de executar. O pequeno-almoço e o almoço eram fornecidos pela empresa. Entre as 9 horas e as 10 horas o pequeno-almoço era servido e o almoço era quando o serviço estava organizado para irmos descansados sem problemas de nos esquecermos de nada no forno ou na arca de fermentação.

Em resumo gostei bastante destes 30 dias de estágio para ter uma noção do mundo de trabalho nesta área e como funciona uma panificadora e pastelaria no seu interior. As voltas que damos quando, algo não corre como previsto. Os toques de profissional para amassar melhor a massa e a tirar da amassadeira, de como deixar os bolos brilhantes e com aquela textura que quando se olha só dá vontade de os comer. O suposto empratamento dos bolos para irem para a montra da loja e aliciar à compra dos mesmos. Conheci muitas pessoas, gostei mais de umas do que outras e fiz amizades, também devido à área em questão e também de outras por onde já passei. Achei o sítio ideal para trabalhar, as instalações são novas e cuidadas, o pessoal também foi impecável comigo, mesmo antes de ir estagiar me trataram com todo o respeito e atenção como outra qualquer pessoa merece como cliente. Confesso que vou sentir saudades de lá estar. O estágio acabou mas eu voltava para lá as mesmas horas e praticar mais um bocado o que aprendi na empresa Altamira. Não digo que foi tudo maravilhoso nem um mar de rosas mas como em todo o sitio existem pessoas boas e pessoas más, uma pessoa vai-se habituando a isso e já nem liga a provocações nem se importa com certas coisas mesquinhas que possam acontecer e sempre é preciso dizer que o estágio é diferente de trabalho e que não custa nada fazer, mas só depois de ter concluído o que me foi implícito. Guardo boas recordações e o conhecimento que consegui adquirir e isso é que importa. Foi uma experiência divertida, didática e única, com certeza gostava de a repetir.

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