Dia 12 de Março de 2012 comecei o meu estágio na
empresa Altamira, foi-me facultado uma jaleca da empresa, vestia e fui para o
local de trabalho onde conheci alguns dos trabalhadores de lá. Fui conhecendo
as instalações aos poucos e também me fui habituando as normas e ritmo de
trabalho. Fui com o intuito de passar pelas três vertentes, pastelaria,
panificação e cozinha. Comecei em pastelaria no primeiro dia, estive
basicamente o dia todo a mexer um caldeirão de chocolate em lume brando para
ser utilizado para fazer bombons e enfeites para bolos. Chegou as horas de
saída e despedi-me do pessoal e sai. No segundo dia fui para panificação, não
me recordava inteiramente dos processos mas o Sr. Lourenço não se importou de
me explicar com calma e também executar as primeira vezes mais devagar para eu
poder perceber sem problemas. Começamos por fazer a massa para pão bijou, a
amassadeira amassou a massa, foi colocada na mesa de trabalho, farinha para
cima e foram cortados empelos devidamente pesados para depois passarem pelo
laminador que os corta em bocados iguais mais pequenos e os enrola um pouco,
logo a seguir é colocada farinha nas persianas e os pequenos empelos são
colocados por ordem e com algum espaço entre eles para não colorem uns nos
outros, após toda a massa ter passado por este processo é guardada na camara de
fermentação por sensivelmente uma hora para poder crescer. A seguir vai para a
arca frigorífica para conservar a massa e evitar a formação de casca na parte
de cima do empelo para quando for ao forno sair um pão bijou bonito e
apetecível. Após todo este processo de fazer bijou fizemos padas e padinhas.
Todas estas massas passaram pelo processo anteriormente referido e guardadas na
camara frigorífica. Fomos almoçar e voltamos para a panificação. À medida que
era preciso pão, este era colocado no forno durante o devido tempo necessário
para ficar cozido e fofo. Acabei o dia de trabalho a higienizar os materiais de
trabalho e varri o chão por causa da farinha acumulada. No dia três voltei para
pastelaria onde fiz o acabamento dos bolos para irem para a montra da loja.
Passar creme nos éclaires e “mergulha-lo” em chocolate derretido, molhar os
húngaros em chocolate derretido encher um tabuleiro e leva-los algum tempo ao
frio para o chocolate solidificar, molhar as glórias em glace branco e também
deixar arrefecer um pouco para solidificar, ajudei a “enrolar” croissants,
confesso que levei com a massa uma ou duas vezes na cara ao princípio, mas com
a prática isso deixou de acontecer. Quando dei conta já estava na hora de ir
embora, despedi-me dos colegas e fui.
A partir do dia quatro foi “sempre a abrir” quando
dei por mim já estava no último dia de estágio. Acabei por ficar na panificação
por escolha própria, o tempo passava mais depressa e havia sempre que fazer,
quanto mais não seja, limpar a bancada de trabalho e a farinha acumulada no
chão para evitar que alguém cai-se, enquanto a massa estava a amassar. Reparei
que os equipamentos de trabalho, tanto de pastelaria como de panificação são
parecidos com os do centro de formação, mas mais avançado e sofisticados. Os
fornos têm temporizadores, botões e mostradores digitais para facilitar que
trabalha e a amassadeira também tem contador digital e a particularidade de ter
um sistema de irrigação incorporado que facilita as quantidades e elimina de
vez os risco de cair quando se esta a virar o/s balde/s de agua para a
amassadura ficar completa. Durante o meu tempo na panificação fiz pão bijou,
padas, padinhas, regueifa/rocas, pão de forma, arrufadas, mini lanches, bola de
carne, pão de Deus, pão italiano, arregueifados, cachitos, pão da avó, entre
outros.
Comecei o estágio um pouco receoso do que poderia
vir a encontrar, mas depois do primeiro dia vi que não é difícil executar
nenhuma tarefa, apenas tem que haver o espirito de responsabilidade e
sacrifício. Realizei todo o estágio sem uma única folga, a primeira semana foi
a mais difícil devido ao facto do corpo não estar habituado mas depois foi
fácil, já sabia o que fazer e o corpo já estava habituado aquele horário. Se
tudo fosse fácil, perdia logo a piada. O meu horário era das 07.30 da manhã até
as 15.30 onde nesse período tinha 30 minutos para almoçar. Horário, este que
foi cumprido rigorosamente com exceção a três dias, porque foi preciso entrar
mais cedo e sair mais tarde porque o serviço estava apertado, não importei e
fiquei de iniciativa própria.
As instalações eram próprias para as funções para
que foram designadas, tudo estava organizado no seu devido lugar, utensílios e
materiais de trabalho. Não havia etiquetas nas gavetas nem nas portas a dizer o
que continham mas depois de alguns dias já não precisava de perguntar a ninguém
onde estavam as coisas que precisava para trabalhar em condições. Pediam-me os
materiais e como já sabia onde se encontravam tornava a tarefa mais fácil e
mais rápida de executar. O pequeno-almoço e o almoço eram fornecidos pela
empresa. Entre as 9 horas e as 10 horas o pequeno-almoço era servido e o almoço
era quando o serviço estava organizado para irmos descansados sem problemas de
nos esquecermos de nada no forno ou na arca de fermentação.
Em resumo gostei bastante destes 30 dias de estágio
para ter uma noção do mundo de trabalho nesta área e como funciona uma
panificadora e pastelaria no seu interior. As voltas que damos quando, algo não
corre como previsto. Os toques de profissional para amassar melhor a massa e a
tirar da amassadeira, de como deixar os bolos brilhantes e com aquela textura
que quando se olha só dá vontade de os comer. O suposto empratamento dos bolos
para irem para a montra da loja e aliciar à compra dos mesmos. Conheci muitas
pessoas, gostei mais de umas do que outras e fiz amizades, também devido à área
em questão e também de outras por onde já passei. Achei o sítio ideal para
trabalhar, as instalações são novas e cuidadas, o pessoal também foi impecável
comigo, mesmo antes de ir estagiar me trataram com todo o respeito e atenção
como outra qualquer pessoa merece como cliente. Confesso que vou sentir
saudades de lá estar. O estágio acabou mas eu voltava para lá as mesmas horas e
praticar mais um bocado o que aprendi na empresa Altamira. Não digo que foi
tudo maravilhoso nem um mar de rosas mas como em todo o sitio existem pessoas
boas e pessoas más, uma pessoa vai-se habituando a isso e já nem liga a
provocações nem se importa com certas coisas mesquinhas que possam acontecer e
sempre é preciso dizer que o estágio é diferente de trabalho e que não custa
nada fazer, mas só depois de ter concluído o que me foi implícito. Guardo boas
recordações e o conhecimento que consegui adquirir e isso é que importa. Foi
uma experiência divertida, didática e única, com certeza gostava de a repetir.
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